Pensei que eu passaria incólume ao apelo do Dia dos Pais. Falhei, miseravelmente. Não apenas porque acabei lembrando o meu pai, o que é sempre uma história complicada pra mim, mas, sobretudo porque eu conheci – e gostei! – de muitos dos lançamentos.
Um deles – e, talvez, o que mais me conecte ao meu pai, dentro do contexto da data – é o Café Verde Safra, da L’Occitane au Brésil, um fougère aromático especiado, criado por Florian Gallo, um (muito) jovem talento da Firmenich, que traz no portfólio criações pra casas de nicho do promissor mercado asiático como Tobali e a novíssima BORNTOSTANDOUT, que tem dado muito o que falar!
Café Verde tem me chamado a atenção desde o lançamento da versão original com a, pra mim, inovadora proposta de uma fragrância com cheiro de café verde, que não tem absolutamente nada a ver com o aroma dos grãos tostados sendo moídos e que está no imaginário de quase a totalidade dos seres humanos – o que pode ter frustrado alguns #coffeelovers de plantão. O novo Café Verde Safra também não mas… que delícia!
Café Verde Safra não traz mais o café verde, ainda no pé, como a versão original. Agora, o café já amadureceu e está no processo de secagem dos grãos, quando cores, odores e sabores vão surgindo, lenta e magicamente!
Na abertura, notas verdes e resinosas (cipreste e artemísia) ainda remetem à versão anterior mas muito rapidamente, com o auxílio de um cardamomo perfeito, surge o especialíssimo acorde de café suculento que, sim, transmite perfeitamente o aroma dos grãos de café no processo de secagem! Ainda é algo cru, não necessariamente verde, mas já há a insinuação – e apenas a insinuação – dos grãos tostados. Aromáticos, sálvia e gerânio, sopram essa maravilha numa dissipação muito boa de observar.
Esse "calor" do processo de secagem dos grãos vem da base amadeirada de cypriol e do exclusivo dreamwood, um tipo de sândalo morninho e, claro, do patchouli.
Tudo no ponto, tudo na medida, tudo equilibrado!
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