Citrus Brasilis: o Brasil visto pela borda Infinita da elegância
Nova fragrância da Granado reflete o Brasil em sua forma mais sofisticada, trazendo frescor e requinte em cada nota
Quando soube do lançamento de Citrus Brasilis para a linha de perfumes da Granado, ainda no final de 2024, celebrei entusiasmado, como se estivesse vislumbrando um retorno às origens da marca.
A minha (agradável) surpresa veio logo no início do texto de apresentação da fragrância, que diz: “Citrus Brasilis é uma verdadeira celebração à alegria e ao frescor das notas cítricas, que têm sido parte essencial da história da Granado desde seus primórdios”. Eu mal podia esperar para conhecer o produto.
Porém, a fragrância não é exatamente o que eu esperava. De algum modo, eu imaginava algo mais ‘pé na areia’, não necessariamente rústico, mas talvez algo mais simples e frugal. E, surpreendentemente, Citrus Brasilis não é isso.
Esta fragrância é o Brasil visto de uma piscina com borda infinita, com uma vista deslumbrante para o Morro Dois Irmãos, no rooftop do Hotel Fasano. É o Brasil refletido na parede de espelhos L'oreille Qui Voit (A Orelha que Vê), assinada por Philippe Starck. É o Brasil, repousando, esplêndido, em uma Poltrona Jangada (criada por Jean Gillon, em 1968), de um lobby lounge que mistura o luxo clássico dos anos 1950 e 1960 – a época de ouro da Bossa Nova – com o design contemporâneo, e mais espelhos de Philippe Starck. Citrus Brasilis é puro requinte! Um requinte assinado por um dos maiores gênios da perfumaria atual: Quentin Bisch (fonética: Kɑ̃tɛ̃ Biʃ).
Absolutamente compartilhável, Citrus Brasilis é um floral musk do início ao fim de sua evolução, proporcionando uma fragrância 'segunda pele' intensa – não no sentido de ser uma "bomba" –, com uma excelente substantividade (duração) na pele, sem perder a leveza.
— Floral Musk? Mas o nome é “Citrus”, Esper!
A perfumaria, como sempre, nos surpreende! É claro que a citricidade está presente. Em Citrus Brasilis, encontramos mandarina, limão, bergamota e kumquat (ou quincã – como conheço –, aquelas laranjas japonesas, miudinhas), tudo "temperado" com um toque de menta.
A grande surpresa vem na maneira espetacular como Quentin Bisch entrelaça os cítricos com um abundante musk, muita flor de laranjeira, toques sutis de jasmim e folhas de violeta. Um trabalho tão lindo e intrincado quanto a nossa tradicional renda de bilro.
O resultado é uma citricidade mais contida, mais próxima à pele, com um tempo de perfumação muito mais longo – ao invés de uma volatilização rápida e intensa, como seria de se esperar de uma fragrância cítrica. Citrus Brasilis é, sem dúvida, uma obra-prima olfativa.
Embora eu não tenha certeza, suspeito que tenha sido o patchouli fracionado, ou upcycling, o que explicaria a nota limpa, quase ‘transparente’, com nuances verdes, mais claras, em vez de terrosas e escuras.
Para concluir, posso afirmar que Citrus Brasilis é o Brasil visto pela borda infinita de uma piscina, no fim de uma tarde de meio de semana, sem pressa, sem culpa, e com muito requinte.
Necessito passar por essa explosão de experiência ❣️